segunda-feira, 18 de junho de 2012

Campanha sou autista, não sou mal-educado.


"Estão na sala de espera de um consultório médico duas mulheres: uma aguarda a consulta lendo revista, a outra mexe em seu aparelho celular. Chega uma terceira mulher que senta próximo às outras duas e começa a assistir tv. Nesse momento, também chega uma mãe, acompanhada de uma criança de uns sete ou oito anos, de chupeta e babador. Todas as mulheres reparam quando mãe e filho sentam na espera, mas a que estava vendo tv não tira os olhos da criança e da mãe. Ela não para de olhar e encarar a criança e a mãe, não fala absolutamente nada, mas está com a cara fechada, num claro ar de desaprovação. A mulher que mexe no celular nota o fato, mas não fala nada. A enfermeira vem e chama a mãe e a criança para o atendimento. A mulher que se "incomodou" continua seguindo com o olhar e a cara fechada até que os dois tenham saído da sala de espera. Não contente com isso, ela solta o seguinte comentário: 
-Que absurdo! Uma criança daquele tamanho com chupeta e babador... uma vergonha! 
A mulher que mexia no celular responde: 
-Absurdo maior são algumas pessoas que julgam as outras sem saber direito em quais condições elas estão. Vergonha mesmo é isso...esse preconceito. 
A mulher que lia a revista, apenas olha para uma e para outra e dá uma pequena risadinha.

São cenas assim, tão comuns no dia a dia de pais, profissionais e pessoas que cuidam e atendem pessoas com necessidades especiais. E isso acontece em todos os lugares: no shopping, num restaurante, numa loja, num parque, em qualquer lugar. Se a pessoa tem um comportamento diferente, pronto, já é motivo para reparar. Parece que todo mundo precisa vir com crachá e aviso: meu nome é fulano de tal, sou autista...
Pensando nessas pessoas e nessas situações, a Revista Autismo criou uma campanha: "Seja compreensivo: sou autista, não sou mal-educado" para educação e conscientização da sociedade, para que diminua o preconceito a todos. Acreditamos que todos olhem com "outros olhos" após perceberem que aquela pessoa tem algum tipo de deficiência. Quanto mais pessoas aderirem à causa, mais pessoas com autismo estarão sendo beneficiadas. Junte-se à essa campanha você também!" 


(Martim Fanuchi, publicitário e artista plástico é criador e editor da Revista Autismo, faz trabalhos voluntários em vários projetos filantrópicos desde 1997, e é o pai da Júlia, de 8 anos, que é autista.)


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